Histórias que não se encontram em guias



Se, há uns anos, me dissessem que eu iria estar a viajar pelo norte de Angola de mochila às costas, e que uma dessas viagens iria proporcionar-me a oportunidade de conhecer aldeias remotas e comunidades com culturas tão diversas, eu certamente não acreditaria. Isto porque, antes de considerar vir para África, eu tinha outros destinos no topo da minha lista — aqueles que incluem grandes cidades, com centros turísticos recheados de mil e uma sugestões na internet, onde as maiores atrações e recomendações são as estrelas de qualquer viagem. 

No entanto, a vida tem uma maneira curiosa de nos surpreender. Por mais voltas que demos, ela acaba sempre por nos levar onde precisamos estar.

Á medida que avançávamos por entre as aldeias que encontrávamos no caminho, percebi que há algo muito mais significativo a ser descoberto. Interagir com os locais, perceber a sua curiosidade e vivenciar a minha própria, é algo que não tem preço. E algo assim não se vive e não se encontra todos os dias.

E a verdadeira essência desta viagem esteve sempre na simplicidade das coisas: nas conversas espontâneas com a Mãe que assava a banana-da-terra e a ginguba, na senhora que tentava traduzir o que outros, no seu dialeto, estavam a tentar dizer-me, nos olhares curiosos de quem observava esta desconhecida chegar e, ao mesmo tempo, na partilha do meu mundo com eles. 

Essas experiências, tão simples e autênticas. Revelam a riqueza da vida e histórias que não se encontram em guias de viagem ou no itinerário de qualquer turista.


Ana e África 💙



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